A gente se engana

A gente se engana, a gente se confunde
Criamos mitos, desvendamos verdades e mentiras
Descobrimos o surreal de viver e o irreal sobre existir
Logicamente achamos uma resposta

Dela, quase nunca, podemos tirar o que queremos
E, quase sempre, sem querer sabemos como fazer
Aos poucos, sentimos dor e sofremos
Ao passo que sorrimos e somos felizes

Você pode até saber por que, mas
Desesperadamente se irrita ao não saber
Loucamente se transforma se é possível que saiba
Subitamente se destrói se nada sabe e mesmo assim continua

Assim é a vida!
Aos trancos e barrancos, nas ladeiras, nas praças
Nos bosques ou em qualquer lugar e da forma que for

Não interessa se é assim
Não interessa a ninguém
E é justamente este desinteresse
Que promove a raiva e o rancor

Este desinteresse pelo outro
De não mais querer saber quem é quem
E por que é quem
Quem mais se importa?

Às avessas, fingimo-nos a importar
Por outro lado, enganado-nos a errar
E como seres errantes
Continuamos mesmo assim
Seguimos fazendo sempre as mesmas coisas
Querendo mudar...
...o outro!

Por que a nós mesmo não queremos mudar
Não queremos nos importar com outros
E, ao invés de mudarmos, julgá-los
Cultivar o pior dentro daquele que
Na nossa frente é tão importante quanto nós
Tão mais sábio e fundamental do que acreditamos

O pré–conceito toma as rédeas
Cria asas e voa conosco para onde quer
E nós?
Deixamo-nos levar por uma estrada infindável
Denegrindo, maltratando e explorando sentimentos
Escorraçando vidas de nossas vidas
E a culpa é de quem?

Pergunte a si
Quem sabe a resposta não é sua própria pergunta?

Rafael Gmeiner  -   11/03/2010  -  23h30

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